quarta-feira, 8 de julho de 2015

ONDE ELE ESTAVA




Eram 20:00 da noite. Esperava com muita fé, que minha mãe não estive em casa (ou simplesmente dormindo). O meu único movimento foi pegar o celular, chaves cigarro e o isqueiro. Desci as escadas apressadamente, já que as mensagem já tinham passado de dez, todas do Rafael. E então dirijo-me á sala. Olho pela janela, o carro da minha mãe não está visível onde ele sempre fica, do lado da única árvore perto do quintal. "É hora de escapar" penso comigo mesma. Coloquei meus pés na rua que estava aparentemente bem movimentada. Lembro de quando eu andava por ela na minha bicicleta, já faz tanto tempo. Até o ano retrasado eu andava de bicicleta. Não tinha mais graça, agora eu tinha outras ocupações, e o Rafael era uma delas. A balada era bem perto de casa, com alguns passos já estava lá. Estava quase a entrar quando Rafael  (completamente de surpresa) me dá um susto cobrindo-me de beijos. Me puxando para dentro pede duas bebidas, entregando um dos copos para mim. Eu não gostava de beber, então simplesmente disse que não queria. Rafael me olhou confuso. " Vamos, não vai fazer mal algum, aqui é pura diversão". E aceitei. Uma. Duas. Três. O suor já tinha tomado conta completamente. Pulamos, dançamos e cantamos. Minha mente estava girando, e então me afastei da pista, ou pelo menos tentava. Olhei no celular, eram 00:30. Estava afim de ir embora, tomar um banho e relaxar. Procurei meu namorado e o encontrei. Dizer que ele estava bêbado era pouco, ele estava horrível. Chamei por ele quatro vezes, na quinta ele veio até a mim. "O que foi? Vamos dançar" disse com o hálito horrível. "Rafael, eu não quero mais dançar, É 00:30". Ele ficou irritado rapidamente, e tivemos uma briga feia. Com isso, corri para fora esbarando em todas aquelas pessoas embriagadas, enquanto ele vinha atrás de mim, como um maníaco. Quando já estava na rua eu me virei, sabendo que ele estava logo atrás. "Estávamos nos divertindo, dançando. A garotinha tem que voltar para casa?" "Eu cansei. Eu gostaria de ir para casa. Simplesmente isso." respondi. "Mais eu não quero ir embora". Eu não tive reação, parecia que alguém tivesse jogado um balde de água fria. Finalmente eu tinha percebido. As lágrimas que ardiam nos olhos rolaram rapidamente. A única coisa que fiz foi correr. Não fiquei surpresa de ele não vir atrás. Não mais.Cheguei em casa, a luz acesa. Minha mãe com uma expressão de raiva e surpresa, dizia coisas como "Onde você estava? O que houve? Bebeu de novo?!". Não liguei, chegando ao quarto tranquei a porta fui ao banheiro e em alguns minutos já estava dentro da banheira. As batidas na porta não eram de nenhuma importância. Pareceu que tudo tinha ficado em câmera lenta. Fiquei me perguntando como eu tinha sido tão burra. Deixei de fazer as coisas que gosto porque estava sendo manipulada por uma pessoa que dizia em seus lábios eu te amo. O amor é manipulação? O amor é dizer o que você tem que fazer? Eu achava que sabia o que era o amor. Estava enganada. Onde estava o "amar e ser amada"? Isso não era cuidar, não mesmo. Chorei muito, mais agora entendi que a falta de saber e a falta de informações, são os princípios da manipulação. Passei aquela madrugada ouvindo o silêncio. Mais nada.